Aplicativos não são apenas para música, compras e compartilhamento de carona. Cada vez mais, eles estão se tornando ferramentas para políticos e campanhas para ganharem apoio e votos.
Os aplicativos de campanha política geralmente se enquadram em uma ou mais das seguintes três categorias:
↘ Aplicativos móveis destinados a apoiar candidatos políticos específicos ou causas específicas.
↘ Aplicativos de pequisa aprimorada desenvolvidos para combinarem informações recolhidas a partir de sondagem porta-a-porta com dados da campanha, fontes comerciais e registros públicos.
↘ Jogos ou aplicativos gamificados criados para mobilizarem uma base existente de apoiantes e atrair novos eleitores.
↘ Aplicativos móveis oferecem às pessoas politicamente afins um espaço exclusivo para interagir e compartilhar ideias fora de grandes plataformas de mídia social, onde os pontos de vistas podem ser mais mistos. Alguns aplicativos incentivam a participação ao gamificar a experiência, como permitir que os usuários acumulem pontos e desbloqueiem emblemas por concluir certas tarefas, como assistir a anúncios de campanha, tuítar mensagens políticas pré-escritas, compartilhar seus contatos com a campanha ou ligar para seus representantes para debater pontos de discussão predefinidos.
Esta captura de tela de um artigo do blog da uCampaign do aplicativo oficial da campanha presidencial de Donald Trump em 2016, America First (que pode ser traduzido para América em Primeiro), mostra algumas das ações que podem ajudar os usuários a ganhar "pontos de ação", abreviados para AP no aplicativo. (O aplicativo mostra ações como "convidar amigos para o aplicativo" ou "marcar-se como presente em um comício" como algumas das opções para ganhar pontos).
Fonte: ‘Trump and Brexit used a new digital organizing tool to help achieve their surprise victories’, acessado em 25 de setembro de 2020.
↘ Aplicativos de pequisa aprimorada aparentemente permitem que voluntários de campanha visitem casas de porta em porta de forma mais eficiente. Eles dão informações detalhadas sobre as casas em sua área, incluindo quem mora lá, em que partido estão registrados, quando votaram no passado e com quais questões se preocupam. Os aplicativos também podem fornecer scripts personalizados e perguntas de pesquisa para que os participantes perguntem aos moradores com base em seus perfis. Enquanto os membros de campanha visitam as casas, enviam, através do app, as informações que recolhem, as quais são imediatamente registradas na base de dados central da campanha. Nos bastidores, estes aplicativos reúnem e combinam: registro de eleitor, falência, infração penal e outros dados de registro público. Os cabos eleitorais que usam o aplicativo de pesquisa aprimorada da NGP VAN1, por exemplo, podem apresentar as opiniões de um candidato sobre questões que afetam ex-militares se o aplicativo indicar que um veterano vive na casa. Esses aplicativos também podem empregar elementos de gamificação, como tabelas de classificação para o membros de campanha mais produtivos.
Um vídeo promocional, postado no Youtube, para um produto da NGP VAN, uma empresa que fornece serviços técnicos para candidatos democratas nos EUA. Aqui, os agariadores de informações de porta-em-porta usam um aplicativo de pesquisa aprimorada que envia imediatamente os dados para o banco de dados de contato de uma campanha.
Fonte: ‘Mini VAN & Mini Van Manager’, acessado em 25 de setembro de 2020.
↘ Jogos ou aplicativos gamificados: Embora pareçam não usar dados pessoais e sejam os menos comuns entre esses três grupos, jogos políticos online2 como CorbynRun (criado para apoiar o Partido Trabalhista no Reino Unido) e Super Klaver (apoiando o partido de centro-esquerda De Groenen na Holanda) merecem destaque pela sua novidade. Esses jogos, que tendem a usar gráficos de 8 bits e áudio lo-fi, são fáceis de entender e podem ajudar a construir comunidades em torno de objetivos políticos. A introdução3 a Corbynrun4, por exemplo, diz5: "estamos em uma corrida contra o tempo para derrotar um sistema manipulado... Juntos podemos ganhar!" Fiscal Kombat, construído para a candidatura prencidencial francesa de Jean-Luc Mélenchon em 2017, mostra o candidato lutando contra adversários políticos por dinheiro para pagar por suas políticas, enquanto os ricos tentam derrotá-lo. Ao longo do jogo6, Mélenchon encontra a presidente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde; o político francês Jérôme Cahuzac, que foi processado por sonegação de impostos; e o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy. Ao combinar elementos criativos com assuntos políticos, jogos como estes introduzem novas formas de engajamento com ideias políticas, ao mesmo tempo, talvez, borrando a linha entre realidade e ficção.
Uma imagem do jogo Fiscal Kombat, criado para apoiar o candidato presidencial francês, Jean-Luc Mélenchon. O protagonista Mélenchon sacode dinheiro de Christine Lagarde, presidente do FMI, para recolher dinheiro para suas políticas.
Fonte: ‘Fiscal Kombat’, acessado em 20 de fevereiro de 2019.
Uma captura de tela de um artigo no medium.com de um comentário postado no aplicativo de campanha presidencial de Ted Cruz: Ted Cruz 2016. A menção do usuário de ser fisgado pelo aplicativo demonstra como os aplicativos de campanha política incorporam elementos de aplicativos tradicionais de jogos. O post do usuário faz referência ao emblema de "Líder" que ela desbloqueou acumulando pontos no aplicativo.
Fonte: Peters, Thomas. ‘We Are the Stealth Startup that Helped Ted Cruz Win Iowa’ 5 de fevereiro de 2016.
Aplicativos de campanha capturam vários tipos de dados que podem beneficiar a uma campanha, bem como ao criador do aplicativo, que pode adaptar a experiência do usuário para solicitar ainda mais informações do usuário. Inscrever-se, geralmente, é gratuito, e de acordo com os fabricantes de tais aplicativos, o custo para criar e manter um aplicativo é "determinado pelos dados que podem ser recolhidos7". Os aplicativos de campanha normalmente coletam quatro tipos de dados8:
↘ Dados fornecidos explicitamente pelo usuário (como nome, endereço de e-mail, número de telefone, código postal, gênero e idade).
↘ Informações sobre as redes sociais do usuário. Alguns aplicativos recompensam os usuários com pontos por compartilhar seus contatos, que a campanha pode cruzar referências com sua lista de eleitores-alvo. Se um eleitor indeciso em potencial for encontrado no livro de endereços de um usuário do aplicativo, o usuário será solicitado a convidar o eleitor para o aplicativo com uma mensagem predefinida e personalizada. Thomas Peters, CEO do serviço de aplicativos políticos uCampaign, explicou como seu aplicativo Ted Cruz 2016 alcançou potenciais eleitores que já haviam identificado9 com base em arquivos de eleitores: ''Se identificarmos que você tem 10 amigos em Iowa que são potenciais apoiadores do Cruz, então pediremos que você contate essas pessoas".
Uma das maneiras pelas quais os aplicativos de campanha política coletam dados é pedindo aos usuários que compartilhem seus contatos com o aplicativo. Aqui, uma captura de tela do blog do uCampaign, a empresa que desenvolveu o aplicativo America First para apoiar a campanha presidencial de Donald Trump, vemos como o aplicativo pede aos usuários para permitir o acesso aos seus contatos em uma campanha "vá votar" (GOTV). O aplicativo gamifica o processo, medindo quantas mensagens pessoais o usuário enviou para atender a sua "Meta Pessoal".
Fonte: ‘Trump and Brexit used a new digital organizing tool to help achieve their surprise victories’, acessado em 3 de dezembro de 2018.
↘ Pesquisas ou questionários dentro de aplicativos também podem fornecer dados pessoais para campanhas. De acordo com Peters10, "os apoiadores nos aplicativos completaram mais de 20.000 pesquisas de identificação política sobre si mesmos, seus amigos e seus vizinhos, gerando valiosos dados transversais sobre as opiniões políticas dos apoiadores, afinidades de ativismo e rede pessoal, informações essenciais para uma campanha moderna e orientada por dados". Enquanto o produto final da Cambridge Analytica não era um aplicativo, os dados de seus perfis psicométricos se originaram de um aplicativo do Facebook chamado "This is Your Digital Life" (em tradução livre para português, "Esta é a Sua Vida Digital"), que foi um dos vários quizzes de personalidade disponíveis no site.
↘ Dados comportamentais de interações no aplicativo. Se um usuário responder a um vídeo em vez de texto, por exemplo, essa informação pode ser registrada e usada para informar futuras versões do aplicativo.
Uma captura de tela de um artigo do blog do uCampaign do aplicativo Vote Leave (Vote Sair, em português) mostrando os diferentes distintivos que os usuários podem desbloquear acumulando pontos de ação (AP). Os usuários também podem comparar seu total de pontos com seus amigos no aplicativo e com todos os outros usuários do aplicativo.
Fonte: ‘Trump and Brexit used a new digital organizing tool to help achieve their surprise victories’, acessado em 3 de dezembro de 2018.
Na Índia: O aplicativo oficial de campanha do primeiro-ministro Narendra Modi, NaMo, lançado em junho de 2015, prometeu "trazer [aos usuários] as últimas informações" e atualizações importantes sobre o governo de Modi. Em março de 2018, descobriu-se que o aplicativo no Android solicitava acesso a 22 diferentes recursos11 de dados dos usuários, incluindo acesso à sua câmera, microfone, contatos, fotografias e localização. (Em contraste, o aplicativo da Amazon na Índia solicita acesso a 17 recursos). NaMo também parece ter coletado dados pessoais de 1,3 milhões de membros do Corpo Nacional de Cadetes12, um ramo do exército indiano, para facilitar a interação pessoal entre o primeiro-ministro e os cadetes. Na República Dominicana: Em 2012, Danilo Medina, do Partido da Libertação da República Dominicana, foi eleito Presidente da República Dominicana por uma pequena margem. Quatro anos depois, após investir na base tecnológica de seu país e de sua campanha, Medina foi reeleito por uma margem muito maior. Seu aplicativo, Danilo 2016, também foi construído pelo uCampaign e foi baixado quase 14.000 vezes no país de 10,65 milhões. Cerca de 65% dos usuários do aplicativo compartilharam seus contatos com a campanha, e quase todos concordaram em receber notificações. Através do aplicativo, os usuários registaram-se em eventos, partilharam conteúdos nas redes sociais, viram vídeos, postaram selfies com o Presidente Medina, procuraram indicações de GPS para locais de votação, partilharam os seus votos no dia das eleições e convidaram amigos para se juntarem. No total, o uCampaign afirma que os eleitores completaram mais de 360.000 ações em apoio à reeleição do presidente Medina. O uCampaign ostenta13 mais de 600.000 downloads de aplicativos para candidatos políticos e causas em nove idiomas em 12 países.
Na França: Na preparação para as eleições presidenciais francesas de 2017, a campanha de Nicolas Sarkozy desenvolveu um aplicativo chamado Knockin14, que mapeou o banco de dados de contatos da campanha para cabos eleitorais de porta-a-porta. O mapa marcava o endereço de cada contato com um ponto vermelho, juntamente com o nome do residente. Os membros da campanha se aproximaram dos contatos do aplicativo em suas casas e se dirigiram a eles pelo nome, levando a um clamor público sobre sua invasividade e uma investigação pela autoridade francesa de proteção de dados, que decidiu que o aplicativo era legal.
Uma imagem do Knockin, um aplicativo desenvolvido e usado pela equipe do candidato presidencial francês Nicolas Sarkozy. O aplicativo móvel mostra um mapa com pontos vermelhos, o que identifica um apoiador do candidato de direita em seu endereço. O aplicativo provocou o debate público e foi amplamente considerado invasivo.
Source: ‘France: Data Violations in Recent Elections’, acessado em 7 de dezembro de 2018.
Saber exatamente quais informações você compartilha com os aplicativos requer a leitura de suas políticas de privacidade, que variam de aplicativo para aplicativo e são complicadas de ler. Uma alternativa é identificar todos os aplicativos explicitamente políticos em seu dispositivo e realizar uma pesquisa rápida na internet sobre cada um deles.
Mesmo se tratando dos aplicativos oficiais de campanha não há garantia de segurança. O aplicativo móvel de Ted Cruz, por exemplo, vazou15 o número IMSI dos usuários, um número único que identifica os usuários de telefones celulares e pode potencialmente ser usado para rastrear ou bisbilhotar os usuários. Mesmo aplicativos seguros podem - e muitas vezes o fazem - reservar o direito de compartilhar os dados que coletam com terceiros de sua escolha. Por isso, mesmo se você rever uma política de privacidade completa e entender quais dados você está compartilhando com uma campanha, saber realmente como ele está sendo usado a jusante é difícil.
↘ No geral, as campanhas afirmam que os aplicativos os ajudam a operar com mais eficiência.
↘ Os aplicativos podem aumentar a eficiência dos esforços de levantamento de informações eleitorais, o que pode aumentar a participação nas eleições.
↘ Os aplicativos de campanha coletam muitos dados, grande parte deles sem o consentimento ou percepção claros do usuário.
↘ Os eleitores que podem não querer receber mensagens de uma determinada campanha podem ter seus nomes, endereços de e-mail, locais de trabalho, sites e outros dados de contato compartilhados sem sua permissão ou conhecimento através de um contato que compartilhou suas informações.
↘ Ao traçar o perfil das casas dos eleitores e adaptar os pontos de conversa dos membros de campanha, os aplicativos avançados de prospecção podem tornar as interações mais personalizadas, mas também podem dar a sensação de invasão de privacidade.
↘ Na medida em que a apuração de informações possa encorajar os eleitores a votar, é problemático bater seletivamente em portas que se acredita apoiarem um candidato e ignorar aqueles que se pensa apoiarem a oposição. As empresas16 que se concentram em bater nas "portas certas" e fazer as "decisões certas" tentam implicitamente evitar gastar recursos em pessoas assumidas como politicamente desalinhadas ou não engajadas.
↘ Embora aplicativos de campanha gamificados possam ajudar pontuadores altos a acumular capital social, eles também correm o risco de promover humilhação pública ou pressionar17 alguns eleitores a serem mais engajados politicamente, conforme a medição do sistema de pontuação do aplicativo.
↘ Como os aplicativos atraem pessoas que pensam da mesma forma e contornam a diversidade ideológica de redes sociais maiores, eles correm o risco de criar "bolhas de filtro" e perpetuar vieses de confirmação.
↘ Como esses produtos digitais muitas vezes sobrevivem de alguma forma após as eleições, eles estabelecem um precedente para uma temporada de campanha interminável.
Autoria: Varoon Bashyakarla
Texto traduzido pela equipe da EITCHA a partir de: Campaing Apps: Tap to Parcipate
1 Haley Thompson, ‘How NPG VAN’s Software Fixed Canvassing’, Chronicle of the Week, https://web.archive.org/web/20190306064145/https://chronicleweek.com/2018/04/ngp-van-canvass-solution/, acessado em 25 de setembro de 2020. 2 ‘Episode 41: Online Political Games’, Simplecast (podcast), 1 January 2018, https://socialmediaandpolitics.simplecast.com/episodes/41-online-political-games-corbyn-run-and-7a499a50, acessado em 25 de setembro de 2020. 3 "Corbyn Run Review", Appolicious, https://www.youtube.com/watch?t=3&v=R0zvV5SgQ8s&feature=youtu.be, acessado dia 25 de dezembro de 2020 4 https://web.archive.org/web/20190104201304/https://corbynrun.com/, acessado dia 25 de dezembro de 2020 5 "Corbyn Run Review", Appolicious, https://www.youtube.com/watch?t=3&v=R0zvV5SgQ8s&feature=youtu.be, acessado dia 25 de dezembro de 2020 6 "Fiscal Kombat: French presidential candidate Jean-Luc Melenchon stars in video game", BBC NEWS, https://www.bbc.com/news/world-europe-39569301, acessado dia 25 de dezembro de 2020 7 Sean J. Miller, "SHOULD DOWN-BALLOT CAMPAIGNS INVEST IN AN APP?", Campaigns & Elections, https://www.campaignsandelections.com/campaign-insider/should-down-ballot-campaigns-invest-in-an-app,acessado dia 25 de dezembro de 2020 8 Thomas Peters, "We Are the Stealth Startup that Helped Ted Cruz Win Iowa", Thomas Peters, https://medium.com/@uCampaignCEO/meet-the-stealth-startup-that-helped-ted-cruz-win-iowa-fea6745b8a6d, acessado dia 25 de dezembro de 2020 9 Scott Detrow, "Cruz's Crew: You Play The Game, But It's The Cruz Campaign That Scores", NPR, https://www.npr.org/2015/11/09/455225893/cruzs-crew-you-play-the-game-but-its-the-cruz-campaign-that-scores, acessado dia 25 de dezembro de 2020 10 Thomas Peters, "We Are the Stealth Startup that Helped Ted Cruz Win Iowa", Thomas Peters, https://medium.com/@uCampaignCEO/meet-the-stealth-startup-that-helped-ted-cruz-win-iowa-fea6745b8a6d, acessado dia 25 de dezembro de 2020 11 Krish Kaushik, "Narendra Modi App asks for sweeping access: Camera, audio, among 22 inputs", The Indian EXPRESS, https://indianexpress.com/article/india/namo-app-asks-for-sweeping-access-camera-audio-among-22-inputs-facebook-data-leak-5111353/, acessado dia 25 de dezembro de 2020 12 Aman Sharma, "Modi's digital cabinet: NaMo mobile app to tap ministers & MPs", The Economic Times, https://economictimes.indiatimes.com/news/politics-and-nation/modis-digital-cabinet-namo-mobile-app-to-tap-ministers-mps/articleshow/53482384.cms, acessado dia 25 de dezembro de 2020 13 Thomas Peters, "We Built The App That Helped Reelect the President of the Dominican Republic by a Landslide", Thomas Peters, https://medium.com/@uCampaignCEO/we-built-the-app-that-helped-reelect-the-president-of-the-dominican-republic-by-a-landslide-28cf3666c050 acessado dia 25 de dezembro de 2020 14 Judith Duportail, "The 2017 Presidential Election: The arrival of targeted political speech om French politics", PDF, https://cdn.ttc.io/s/ourdataourselves.tacticaltech.org/ttc-influence-industry-france.pdf, acessado dia 25 de dezembro de 2020 15 Tim Starks, "Report: Presidential campaign apps failing to safeguard data", POLITICO https://www.politico.com/story/2016/04/2016-campaign-apps-fail-222394, acessado dia 25 de dezembro de 2020 16 "NGP VAN Introduces Social Organizing, New Relationship-Based Political Organizing Tool", NGP VAN, https://www.youtube.com/watch?v=xY0ZaIONwjI, acessado dia 25 de dezembro de 2020 17 "Mobile Apps A Digital Take ON Political Canvassing", NPR, https://www.npr.org/2012/11/01/164129881/mobile-apps-a-digital-take-on-political-canvassing, acessado dia 25 de dezembro de 2020