Rastreamento de terceiros: cookies, beacons, impressões digitais e muito mais

O que é rastreamento de terceiros?

Se uma campanha política quisesse direcionar seus anúncios para mulheres interessadas na Bíblia, política conservadora e meio ambiente, poderia recorrer a uma das dezenas de profissionais de marketing e corretores de dados que acumularam grandes volumes de dados pessoais. Isto é exatamente o que a campanha de Jim Bender, candidato ao senado por New Hempshire, fez em 20101 com a ajuda de uma empresa de marketing chamada RapLeaf. Mas como a RapLeaf sabia quem estava interessado na Bíblia e também preocupado com o meio ambiente? E como as empresas tecnológicas de publicidade em campanhas verificam esse tipo de informação2 entre os milhões de eleitores de quem eles se gabam de ter os dados? A resposta é: serviços de rastreamento.

Uma ampla gama de ferramentas3 são usadas para rastrear os usuários enquanto navegam na internet ou acessam serviços em um telefone celular. Elas são usadas em serviços digitais e na indústria de marketing e incluem cookies, pixels de rastreamento, impressões digitais do navegador, web beacons (n.d.t. - conteúdos inseridos em páginas ou emails, utilizados para sinalizar o acesso daquele conteúdo), direcionamento a IP, armazenamento HTML, dados de GPS, entre outros. Nos últimos anos, tem havido um crescimento substancial4 nos serviços de rastreamento político e comercial. Praticamente todas5 as campanhas políticas os usam. Na verdade, muitos promovem especificamente um "cookie político",6 um dado que pode ser usado para combinar a identidade online de uma pessoa com seus detalhes offline, como "registro partidário, histórico de votação, doações de caridade, endereço, idade e até hobbies". Quando os arquivos de eleitores são complementados com dados adquiridos de corretores de dados, como o CEO de uma empresa de direcionamento explicou,7 "trabalhando com cerca de 100 sites de alto tráfego que registram seus usuários, eles podem combinar os dados offline com as identidades online dos indivíduos".

Um vídeo publicado pela DSPolitical em seu site. O narrador do filme confirma a ligação entre cookies de rastreamento e informações de eleitores: "pegamos cookies e os comparamos com o arquivo de eleitores".


Fonte: ‘DSPolitical Brings Technology It Pioneered in U.S. to UK’, DSPolitical, 17 Fevereiro 2015.

Essa comparação é possível porque, no jargão legal de suas políticas de privacidade, muitos sites de campanha reservam o direito8 de compartilhar informações de seus visitantes com terceiros. Nas recentes eleições para o Congresso nos EUA, rastreadores de terceiros foram encontrados em 87%9dos sites afiliados a candidatos. A regulamentação da proteção de dados, onde existe, pode ser ineficaz: nenhum10dos onze sites dos candidatos nas eleições presidenciais francesas de 2017 obedeceu plenamente aos requisitos legais do país em relação ao consentimento e uso de cookies.

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Em um estudo da Ghostery, rastreadores de terceiros do Google, Facebook e Twitter foram encontrados em 75%, 53% e 30%, respectivamente, dos 981 sites afiliados a candidatos para o Congresso dos EUA em 2018.


Fonte: ‘2018 Midterm Election Study’, Ghostery, 30 outubro 2018, acessado 17/12/2020.

Como seus dados são usados?

Cookies: Nem todos os cookies são ruins;11 Na verdade, os cookies são legitimamente utilizados por uma ampla gama de sites para lembrar coisas úteis, como seus detalhes de login, preferências e itens em seu carrinho de compras. Estes cookies próprios melhoram sua experiência de usuário, enquanto os cookies de terceiros podem monitorizar a sua navegação.

Os cookies de terceiros são uma preocupação maior para a privacidade porque os cookies da mesma empresa de rastreamento podem monitorar vários sites.12 Para ilustrar: no período que antecede uma eleição, um eleitor pode querer pesquisar candidatos visitando seus sites afiliados. Mesmo quando os candidatos e os partidos são diferentes, estes locais poderiam mostrar anúncios usando o mesmo serviço.​​​​​​ Essa empresa de publicidade pode monitorar atividades como doações, inscrição em para um boletim de notícias, ou até mesmo o que é clicado. Uma empresa de rastreamento poderia, então, fazer referência cruzada à atividade de navegação do usuário e combiná-la com fontes de dados externas que traçam o perfil do eleitor. Então, no prosseguimento da navegação - mesmo em sites aparentemente não relacionados, poderiam ser exibidos anúncios que promovem candidatos ou visualizações com base nas informações coletadas pelos cookies de rastreamento durante a pesquisa inicial do eleitor.

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Uma apresentação de slides vazada para o US News & World Report da campanha presidencial de 2016 de Jeb Bush mostra como ele estava "constantemente visando a pessoa, não o site, não o dispositivo". (N.d.t - O texto indica que a campanha era capaz de casar e sincronizar os esforços de televisão e em campo com a propaganda digital, sendo capazes de identificar a pessoa independentemente do dispositivo ou do navegador. Nesse cenário seria possível direcionar propaganda para uma pessoa no computador do trabalho durante o expediente e mais tarde em seu tablet quando chegasse em casa, por exemplo).


Source: ‘Jeb Bush’s Campaign Blueprint’, 29 de outubro de 2015.

↘ Pixels de rastreamento: Pixels de rastreamento são imagens transparentes de pixel único que existem dentro de alguns sites, mas que vêm de terceiros. Embora sejam invisíveis para o usuário, essa conexão aparentemente discreta permite que terceiros coletem informações úteis sobre seu dispositivo, como hardware do sistema, configuração do navegador e endereço IP. Além do seu histórico de navegação, pixels de rastreamento podem ser usados para determinar se e-mails são abertos ou não. As campanhas também os usam para rastrear quantas pessoas iniciam o processo de doação,13 mas não o terminam, para que possam simplificar seus formulários de doação. O Nationbuilder, um popular software de campanha, tem um conjunto preparado de instruções14 online para "Como faço para adicionar um pixel de rastreamento no meu site?".

↘ Impressão digital do navegador: A impressão digital do navegador é uma técnica que combina as características de um navegador (como fuso horário, idioma, resolução de tela ou fontes instaladas) para identificá-lo unicamente. Enquanto os cookies podem ser limpos e outras tecnologias de rastreamento podem ser bloqueadas, a impressão digital do navegador é mais sofisticada e mais difícil de contornar.15

↘ Beacons: Beacons são dispositivos físicos que registram,16 à distância, a presença de dispositivos móveis próximos. A Beaconstac, fabricante17 de beacons portáteis, propôs18 o envio de voluntários com beacons para comícios de campanhas políticas para coletar dados em dispositivos próximos, que poderiam ser usados para identificar os participantes. O comparecimento19 poderia então ser combinado20 com outros dados obtidos, por exemplo, de corretores de dados de terceiros.

Direcionamento a IP, Cercamento Virtual (geofencing), e Outras Tecnologias: As campanhas estão avançando para além do rastreamento de cookies, utilizando técnicas mais sofisticadas, como direcionamento a IP e cercamento virtual. Os endereços IP não só identificam uma conexão específica com a internet, mas também revelam a localização geográfica aproximada da conexão. Campanhas políticas estão mirando em dispositivos se "ancorando"21 no endereço IP da casa.

Os dispositivos móveis podem ser rastreados através de cercamento virtual, que rastreia a localização dos usuários com base em seus dados de GPS ou conexões que podem ser registradas por outras tecnologias tais como Bluetooth, Wi-Fi e radiofrequências. Muitas outras técnicas estão se proliferando: uma avaliação recente22 identificou 70 tecnologias diferentes de rastreamento usadas para capturar ações como a abertura de e-mails.

Alguns exemplos

Na Colômbia: Durante as eleições nacionais da Colômbia em 2018, uma análise dos sites pertencentes aos principais candidatos revelou o uso extensivo de ferramentas de rastreamento de terceiros. Dos 21 principais sites de candidatos, oito tinham rastreadores do Facebook, 12 tinham rastreadores do Twitter e 11 tinham alguma forma de rastreamento na página de doação. Entre 10 sites de partidos políticos, cinco tinham rastreadores do Facebook, sete do Twitter e cinco tinham outros rastreadores na página de doação. Como um entrevistado anônimo que gerenciou a campanha de um candidato do partido Liberal explicou, "se você entrar no site do [nome do candidato político] e voltar ao Facebook, imagens dele começam a aparecer. Isso é feito usando software" (ou seja, software de terceiros, o rastreamento do Facebook). Outro estrategista digital comentou:23 "a nível de marketing, o que as pessoas fazem é... começar a 'colar' cookies em você desde quando você liga o computador até quando você o desliga".

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Uma tabela mostrando a coleta de dados ativos em sites de candidatos e partidos colombianos. Notadamente, 38% dos sites dos 21 candidatos continha um rastreador do Facebook, em comparação com 57% do Twitter. (N.d.t. - a imagem apresenta como descritores de coluna, da esquerda para direita, "método ativo de coleta de dados", "incrição em um boletim por emails", "formulário de contato", "doações", na segunda linha constam os "candidatos" e o percentual de cada coluna, e na terceira linha são os partidos. A quarta linha apresenta uma nova tabela com, da esquerda para a direita, "Rastreadores de usuários", "Facebook Connect", "Twitter Connect" e "outros serviços de rastreamento", em seguida mostram-se os percentuais referentes aos "candidatos" e "partidos". Foram analisados 31 sites, 21 de candidatos e 10 de partidos).


Fonte: Varoon Bashyakarla, ‘Colombia: Personal Data in the 2018 Legislative and Presidential Elections’, acessado em 17 de Dezembro de 2020.

Na União Européia: Uma investigação24 de 2018 descobriu que vários sites de partidos políticos europeus tinham pixels de rastreamento do Facebook embutidos neles. Os partidos se estendiam por todo o continente europeu e espectro político. O pixel de rastreamento do Facebook também foi detectado nos sites de duas agências da União Europeia. O editor digital do Conselho Nórdico explicou: "Instalamos o pixel do Facebook para expor conteúdo mais relevante no Facebook para os visitantes do site. Trata-se principalmente de oportunidades de carreira ou publicações gratuitas e notícias sobre assuntos específicos que o usuário mostrou interesse em nosso site".

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Uma visualização de potenciais rastreadores em sites de partidos políticos do Reino Unido feita em junho de 2017, com base em uma investigação da Tactical Tech. O site do Partido Trabalhista teve uma contagem maior de rastreadores que o site dos Conservadores.


Fonte: Tactical Tech, 2017.

Como posso evitar de ser rastreado?

Recentemente, os navegadores implementaram uma solicitação de "Não Seja Rastreado"; no entanto, ela não é obrigatória, pois um rastreador pode simplesmente ignorar a solicitação. Extensões de navegador e firewalls de bloqueio de anúncios oferecem defesas mais robustas. Embora os cookies sejam atualmente muito úteis para fins não-rastreativos para bloqueá-los completamente, recentes projetos de navegadores e legislação de privacidade estão começando a limitar suas vulnerabilidades de privacidade. Desde 2017, o Safari25 tomou medidas para limitar os cookies e o Firefox adicionou um "Facebook Container"26, que impede que a rede social rastreie você pela web.

Na União Europeia, por causa do Regulamento Geral sobre Proteção de Dados (RGPD), os sites devem solicitar o consentimento de cookies para acessar o site, embora muitos aleguem que esta forma de consentimento é simplesmente uma barreira27 ao acesso ao conteúdo e não uma decisão significativa em relação à privacidade. Noções de privacidade do eleitor estão mudando28 a forma como algumas campanhas políticas lidam com as informações do eleitor; algumas oferecem um grau de transparência em relação à coleta de dados, até mesmo permitindo que os eleitores enviem correções. Alguns serviços estão se tornando mais transparentes: o Google permite que os usuários revisem29 quais informações a empresa acumulou para fins publicitários. Apesar desse progresso, grande parte da responsabilidade ainda recai sobre o usuário para evitar o rastreamento.

A Electronic Frontier Foundation, uma organização sem fins lucrativos que defende a privacidade digital, tem uma ferramenta gratuita chamada Panopticlick30 que mostra aos usuários se seu navegador bloqueia terceiros e se a impressão digital do navegador é única.

Considerações:

↘ O rastreamento pode impedir que os usuários vejam o mesmo anúncio repetidamente.31

↘ A combinação32 de cookies pode permitir que campanhas políticas excluam eleitores33 que não estão politicamente engajados de ver anúncios políticos.

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Essa captura de tela mostra que serviços de rastreamento de terceiros como cookies, são anônimos, mas empresas como a Liveramp têm um histórico de trabalho com campanhas políticas e oferecem serviços de correspondência entre cookies e identidades (n.d.t. - o texto diz que eles mantem o maior grafo de identidades baseado em dados de pessoas de mais de 500 plataformas.)


Fonte: ‘Data Matching with Identity Graph’, LiveRamp, acessado 17 de Dezembro de 2020.

↘ O rastreamento ajuda a identificar a fraude de cliques,34 uma prática em que uma pessoa ou script automatizado clica repetidamente em um anúncio pago sem qualquer interesse real nele, gerando receita para o site ou drenando a receita do anunciante.

↘ Quando usado de forma transparente e respeitadora da privacidade, o rastreamento por terceiros pode fortalecer as fundações democráticas, por exemplo, promovendo as mensagens "Get Out The Vote" ( n.d.t: equivalente a "Vá Votar").

↘ A quantidade de personalização na publicidade e na comunicação hoje corre o risco de distorcer a compreensão dos eleitores sobre as prioridades e agendas dos candidatos.

↘ A cadeia de consentimento é opaca e se estende sem fim. Ao consentir em receber cookies de terceiros em um determinado site, os usuários não têm controle sobre se e como essas informações são usadas posteriormente e não podem descobrir mais tarde para onde foram. Essa extensão do consentimento é particularmente sensível quando o consentimento é concedido para compartilhar dados em um contexto apolítico e quando quaisquer dados capturados são posteriormente compartilhados com um agente político. Além disso, simplesmente solicitar o aos usuários o acesso (por exemplo, clique em "Aceitar todos os cookies para acessar este site") não é um consentimento significativo. Consentimento só é significativo se for uma escolha real,35 não simplesmente concedida a uma "porteira" para fins de acesso.

↘ A publicidade personalizada permite que as campanhas mostrem anúncios relevantes aos eleitores, mas as pesquisas mostram36 que os eleitores não querem que seus anúncios políticos sejam adaptados aos seus interesses pessoais.

Autoria: Varoon Bashyakarla

Texto traduzido pela equipe da EITCHA a partir de: Third-Party Tracking: Cookies, beacons, fingerprints and more

https://www.wsj.com/articles/SB10001424052702304410504575560243259416072, acessado em 25 de Dezembro de 2020, Emily Steel, The Wall Street Journal, "A Web Pioneer Profiles Users by Name" 2 https://slate.com/news-and-politics/2012/04/web-based-political-ads-why-they-scare-the-obama-and-romney-campaigns.html, acessado em 25 de Dezembro de 2020, Sasha Issenberg, Slate, "The Creepiness Factor" 3 https://www.iab.com/wp-content/uploads/2015/08/IABDigitalSimplifiedMobileCookies.pdf, acessado em 25 de Dezembro de 2020, IAB, "Understading Mobile Cookies"  4 https://www.iab.com/wp-content/uploads/2015/08/IABDigitalSimplifiedMobileCookies.pdf, acessado em 25 de Dezembro de 2020, IAB, "Understading Mobile Cookies"  5 https://www.nytimes.com/2012/10/14/us/politics/campaigns-mine-personal-lives-to-get-out-vote.html, acessado em 25 de Dezembro de 2020, Charles Duhigg, The New York Times, "Campaigns Mine Personal Lives to Get Out Vote" 6 https://www.technologyreview.com/2012/06/27/185169/campaigns-to-track-voters-with-political-cookies/, acessado em 25 de Dezembro de 2020, Jessica Leber, MIT Technology Review, "Campaigns to Track Voters with "Political Cookies"" 7 https://www.technologyreview.com/2012/06/27/185169/campaigns-to-track-voters-with-political-cookies/, acessado em 25 de Dezembro de 2020, Jessica Leber, MIT Technology Review, "Campaigns to Track Voters with "Political Cookies"" 8 https://otalliance.org/news-events/press-re-leases/online-trust-alliance-audit-finds-74-us-presidential-candi-dates%E2%80%99-websites. Tentamos visitar em 25 de dezembro de 2020 mas o link estava quebrado. 9 https://www.mediapost.com/publications/article/327297/google-ad-trackers-found-on-57-of-political-campa.html, acessado em 25 de Dezembro de 2020, Laurie Sullivan, MediaPost, "Google Ad Trackers Found On 57% Of Political Campaign Sites" 10 https://ourdataourselves.tacticaltech.org/posts/overview-france/, acessado em 25 de Dezembro de 2020, TacticalTech, "France: Data Violations in Recent Elections" 11 https://www.digitaltrends.com/computing/history-of-cookies-and-effect-on-privacy/, acessado em 25 de Dezembro de 2020, Simon Hill, DigitalTrends, "Are cookies crumbling our privacy? 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Delli Carpini, Nora Draper, Rowan Howard-Williams, "Americans Roundly Reject Tailored Political Advertising"